Richard Corben: Uma Viagem ao Inferno do Grotesco Visual que Você Não Pode Ignorar

Mundo Gonzo
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Richard Corben: A Insanidade Gráfica em Cores e Monstros

 

Você entra num quarto abafado, sufocante, como se o inferno tivesse descido ali para um cochilo rápido. Pilhas de revistas velhas cercam você, sussurrando segredos de décadas passadas. O cheiro de papel amarelado te invade como uma lembrança de algo que você nunca viveu. No centro desse caos, repousa a joia: Creepy Apresenta: Richard Corben. O santo graal do horror gráfico. Se você procura por algo que bagunce sua cabeça, bem-vindo. Mas, prepare-se, amigo — esse trem vai descarrilar antes do fim da linha.

Foto: Dana Corben - Reprodução Grand Prix de Angoulême

 

Entre 1970 e 1982, Corben, o mestre do grotesco, despejou sobre nós as suas loucuras visuais, uma página de cada vez, para as lendárias Creepy e Eerie. A arte dele não só te puxa pelos cabelos, ela te esmurra até você se contorcer de prazer e dor. O texto, bom, é outro papo. Tem altos e baixos, mas quem está aqui pelos roteiros? Você veio para ver criaturas deformadas, cores ácidas e pesadelos feitos à mão, e isso Corben entrega de sobra.


 

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Corben em preto e branco é só o aperitivo. Quando as cores entram em cena com O Pulo do Lobo, você percebe por que esse homem levou o prêmio de Melhor Artista/Escritor da Warren. Lobisomens, uma paleta que parece ter escapado de um laboratório químico, e uma história que, bem, deixa pra lá. Você não tá aqui pela profundidade literária, mas pelo show visual.

 

mudança de atitude - reprodução

E então vem Mudança de Atitude, onde Corben te engana com o humor para te manter grudado nas páginas. Risadas? Sim. Mas por trás delas, a monstruosidade vai tomando conta. Você vai rindo até perceber que já foi fisgado.

 

Nas adaptações de Poe (O Corvo, O Retrato Oval, Sombra), Corben faz o impossível: transforma palavras góticas em tinta suja e pesadelos visuais. Se Poe estivesse vivo naquela época, eles provavelmente trocariam tragos e sussurros macabros em alguma taverna sórdida.

 

O Corvo - reprodução

E então, À Deriva. É como se Spielberg e Corben tivessem compartilhado um ácido antes de fazerem Tubarão. A tensão é sufocante, o final brutal, e você fecha o livro querendo mais.

 

As histórias da Eerie? Bom, aqui o surreal pega carona com a insanidade. Menino parte 1, 2 e Fim da Infância são um carnaval grotesco. Imagine um Frankenstein com a cabeça de uma criança. Corben mistura horror com estranheza como um alquimista bêbado.

 

Menino - reprodução

E o gran finale? A trilogia de Bruce Jones — dinossauros, viagens no tempo, e uma salada maluca de ideias que só funciona porque Corben tá no volante. As tramas se contorcem, mas você não tira os olhos da tela, hipnotizado pelas criaturas bizarras, mundos desconcertantes e um final espetacular.

 

Creepy Apresenta: Richard Corben é uma montanha-russa infernal. Você pode se queixar dos roteiros aqui e ali, mas a arte de Corben nunca, nunca deixa de ser um soco na cara. Um festim visual para qualquer fã de quadrinhos de horror, e um lembrete de que, mesmo quando as palavras tropeçam, o gênio gráfico sabe como te arrastar pelos cabelos.

 

Foto: Dana Corben - Reprodução

PS: Se Richard Corben estivesse aqui, ele provavelmente diria algo como: "A vida é um pesadelo, então por que não desenhá-la assim?" Ah, e já ia esquecendo, o próxima edição de Creepy Apresenta é do
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  • Editora ‏ : ‎ Devir Livraria
  • Capa comum ‏ : ‎ 352 páginas
  • Tradutor: Marquito Maia 

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