Era uma vez... Nos anos 80: Quando os Robôs Dominavam a TV Brasileira
1984, meus amigos. Ano que me jogou direto para o olho do furacão cultural. A década que ainda tentava entender o que diabos era “cultura pop” — antes mesmo de termos um nome pra isso. Ali estávamos, nós, moleques que mal sabiam amarrar os cadarços, ligados em tubos de imagem que pipocavam magia e cores da TV de madeira na sala de casa. É, a TV era mais um altar do que um eletrodoméstico, e uma nova febre estava prestes a surgir: Transformers.
A série desembarcou no Brasil direto na Rede Globo, nas manhãs de domingo, como se fosse um presente sagrado pós-almoço. Eventualmente, encontrou seu lar nas manhãs durante o Xou da Xuxa, marcando uma geração que ainda ajustava a antena pra ter um vislumbre mais nítido daqueles robôs em guerra. Dublagem da Herbert Richers? Selo de qualidade que fez cada transformação soar como poesia metálica.
Eu, um moleque introvertido, sem muitos amigos e sem irmãos, descobri ali, naquele desenho animado, uma irmandade de aço e engrenagens. Optimus Prime virou o meu guru de moralidade, Starscream me ensinou a desconfiar de bajuladores, e o Megatron, bom... ele me mostrou que até os vilões têm seu charme. Era como se uma nova realidade se abrisse dentro da minha mente de pivete, onde carros viravam guerreiros e um caminhão vermelho falante era o verdadeiro herói que a humanidade precisava.
Caça ao Tesouro dos Anos 80: Brinquedos e Gibis Perdidos no Tempo
Sim, eu fui fisgado. Não apenas pela série, mas por tudo o que envolvia o mundo dos Transformers. Lembro da frustração e do êxtase quando minha mãe, em um esforço hercúleo, me presenteou com um boneco. Só que não era o Optimus Prime, era um tal de Road Ranger, dos Gobots (a versão falsiane dos Transformers). Mas, ei, como um moleque que não sabia inglês, era tudo robô que virava carro, então... vamos rodar!
Road Ranger - Gobots |
O vício não parou por aí. Quadrinhos? Claro que sim, senhor! Nos anos 80, a RGE/Globo trouxe as histórias dos Autobots para o Brasil, baseadas na versão da Marvel Comics. Depois, veio a IDW nos anos 2000, com histórias que explodiam cabeças, mas que, por algum motivo, nunca chegaram aqui em terras tupiniquins com a regularidade que mereciam. Resultado? Eu me virei como todo nerd raiz: importando edições americanas, pagando fretes absurdos e torcendo para o correio não “extraviar” o meu precioso pacote.
Transformers Renasce nas HQs: A Era Skybound e a Revolução de Daniel Warren Johnson
Avancemos no tempo, direto para o presente, onde as HQs estão renascendo das cinzas graças ao Universo Energon da Skybound. Quem é o responsável por esse milagre moderno? Ninguém menos que Daniel Warren Johnson. Esse cara é uma espécie de alquimista do traço e roteiro, elevando o game de tudo que ele toca. Se você já leu Murder Falcon, Liga Jurássica, ou a insanidade que é Powerbomb!, sabe do que estou falando. Johnson não desenha, ele esculpe emoções em papel.
Daniel Warren Johnson - reprodução
O que ele fez com os Transformers não é apenas uma releitura. Não, amigos, isso é uma reinvenção — uma nova dose de adrenalina que você não sabia que precisava até ver o primeiro painel. Johnson pegou a essência da série animada dos anos 80 e a turbinou com esteroides narrativos. Agora, os Autobots e Decepticons não estão só lutando por energia; estão lutando por significado. O resultado é uma série que te agarra pelo pescoço e não te solta até você devorar a última página.
O Universo de Robôs, Carnificina e Emoção: A Nova HQ da Image Comics/Skybound
A série, que já atingiu sua 13ª edição, é uma jornada que vai muito além de apenas “robôs se socando”. É sobre sobrevivência, lealdade e a eterna luta entre esperança e desespero. O primeiro arco, que se estendeu por seis edições, nos leva para um campo de batalha onde os Autobots, liderados pelo sempre nobre Optimus Prime, enfrentam os Decepticons, que aqui são uma verdadeira força da natureza destrutiva sob o comando de Starscream. Mas como assim? Como ele chegou ao comando. Não vou entregar nada, mas esqueça o Starscream dos desenhos animados — aqui, ele é um sociópata maquiavélico com um plano tão retorcido que você quase quer pegar ele na porrada também.
E, claro, tudo isso é embalado pela arte visceral de Johnson. O cara transforma cada transformação de robô em veículo numa obra de arte. As lutas são coreografadas como uma ópera cyberpunk; cada golpe é sentido, cada explosão é sentida como um soco na cara. E quando Johnson passou o lápis para Jorge Corona na edição #7? Achei que ia cair a qualidade, mas me enganei feio. Corona pegou o bastão e correu como um velocista olímpico.
Dois Gigantes na Arte: Daniel Warren Johnson e Jorge Corona
A dupla Warren Johnson e Corona é um exemplo de como a transição artística pode funcionar perfeitamente. Com o primeiro arco completo, Johnson decidiu focar no roteiro, enquanto Corona e o colorista Mike Spicer assumiram as rédeas visuais. Resultado? Um segundo arco ainda mais intenso, explorando o lado sombrio da guerra Cybertroniana. Não vou estragar a surpresa, mas se você acha que conhece o Shockwave, pense de novo.
A edição #12 é um espetáculo. Uma verdadeira carnificina de aço e emoção que te faz questionar até que ponto os Autobots são podem ir. E o Optimus Prime? Prepare-se para vê-lo tomar decisões que te deixarão de queixo caído.
O Plano de Johnson: Uma Saga Até a Edição #24
O mestre Johnson já declarou que sua jornada com os Transformers termina na edição #24. No Reddit, ele foi direto ao ponto: esse é o plano desde o começo, e ele não vai estender a história além disso. A ideia é fechar o arco com um final épico, digno das melhores sagas dos quadrinhos. E se isso significa que teremos que dizer adeus aos Autobots e Decepticons da Skybound? Que seja. Enquanto durar, cada edição é um presente.
Mas o que vem depois? A Skybound parece estar construindo algo grande com o Universo Energon, que também inclui G.I. Joe e Void Rivals. E eu me pergunto: será que o Brasil está preparado para abraçar essa nova fase? Alô, editoras, vocês estão dormindo no ponto!
Transformers: Mais do que Nostalgia, é uma Nova Lenda em Quadrinhos
A moral da história? Se você é fã de Transformers ou simplesmente um amante de boas histórias, está cometendo um pecado gravíssimo ao não acompanhar essa série. E, olha, eu entendo — nem todo mundo quer pagar a facada de importar quadrinhos dos EUA, mas, às vezes, vale a pena vender aquele rim sobrando, né? Rá! Claro que não, hoje temos a Baú das HQs e você pode encomendar com eles.
Agora me diz, VOCÊ JÁ ESTÁ LENDO ESSA NOVA FASE DOS TRANSFORMERS? Deixe um comentário aqui, vamos bater um papo, trocar umas ideias. E se você ainda está em dúvida... bom, meu amigo, tá perdendo o bonde da história.
“Se transformar é evoluir, e quem fica parado é sucata.” - Autobot Filosófico Anônimo
Transformers
Escritor: Daniel Warren Johnson
Arte: Daniel Warren Johnson, Jorge Corona, Mike Spicer
Editora: Image Comics
Cara Daniel Warren Johnson é o grande nome da geração! E conseguir reascender essa chama em velhos fãs é um enorme desafio, indo além ele ascendeu uma pira para mostrar o caminho para um novo público, ele é simplesmente um mago! Ansioso por uma pub nacional.
ResponderExcluirÉ sensacional! Espero muito que alguma editora olhe para esse material.
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