John Lennon / Mind Games - com Gustavo Montenegro - PODCASS #009
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julho 24, 2024
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Live de Lançamento: John Lennon - Mind Games (The Ultimate Collection) com Gustavo Montenegro
Imagine o caos de um domingo qualquer. Eu, preso em meio a uma pilha de discos, café frio na caneca e uma chuva torrencial batendo na janela. Mas ali estava eu, pronto para mergulhar no mundo louco de John Lennon com o especialista Gustavo Montenegro, enquanto fingíamos que éramos milionários o suficiente para comprar o mítico *Mind Games (The Ultimate Collection)*, uma obra-prima capitalista vestida de idealismo pacifista. Ah, ironias.
Essa caixa é um monstro. Limitada a 1100 unidades, cheia de mimos para os fetichistas da música: 9 LPs, incluindo dois Zoetrope Picture Discs que giram como o cérebro de Lennon em uma viagem psicodélica infinita, 6 CDs, 2 Blu-rays, e, claro, os famigerados livros exclusivos – porque todo colecionador quer ler enquanto ouve. E o que mais? Artes em edição limitada, EP holográfico, pôsteres, cartões postais, e até mesmo emblemas. Sim, emblemas! Tudo embalado como uma cápsula do tempo das sessões de *Mind Games*. Moedas I-Ching, bandeira Nutopian, selo Nutopian – e, para coroar, uma réplica da placa da Embaixada Nutopian. É a Revolução em uma caixa de luxo, companheiro!
Mas, sejamos honestos: não compramos essa desgraça. Não porque não quiséssemos – porque queríamos, com a mesma fome de quem quer salvar o mundo com uma guitarra. Mas, entre as contas e os sonhos, restou a solução mais prática: YouTube Music. Um tapa na cara do colecionismo purista, mas quem se importa? Gustavo e eu, armados com nossos fones, destrinchamos cada faixa ao vivo, sem remorso, sem medo de sujar as mãos de cultura pop.
E assim fomos, faixa a faixa, batendo papo sobre os arranjos, a produção caótica e genial, enquanto Lennon nos puxava para aquele mundo entre o ativismo utópico e a sombra de sua própria neurose. Gustavo, com sua sabedoria de quem já respirou mais vinil do que ar puro, trouxe insights que fizeram até a bandeira Nutopian parecer algo sério.
No final, tudo era uma grande brincadeira, uma reverência sarcástica ao que *Mind Games* representa: uma revolução que nunca veio, vendida em formato de luxo. Mas que revolução seria completa sem o glamour do capitalismo, não é mesmo?