Live Especial: Corto Maltese - Uma Balada do Mar Salgado - parte 1

Mundo Gonzo
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O cheiro de maresia e tinta velha impregna as páginas de “Uma Balada do Mar Salgado”, uma obra-prima que grita por atenção desde 1967, quando Hugo Pratt, em um delírio de genialidade, lançou Corto Maltese ao mundo. Esse anti-herói, moldado por liberdade e cachaça, nos arrasta para uma jornada onde Ulisses perderia o rumo e Jack Kerouac largaria a estrada.

 

Agora, numa noite úmida de insônia, Cassiano Pinheiro e Aristides Corrêa Dutra abrem as portas dessa viagem alucinante, destrinchando cada detalhe, cada linha, cada traço rabiscado por Pratt, com a precisão de cirurgiões bêbados. E por quê? Porque Corto Maltese não é apenas um personagem. Ele é um manifesto. Um dedo do meio erguido em direção ao céu azul do conformismo.

 

A edição da Trem Fantasma, uma bíblia para os adoradores desse pirata poeta, nos convida a revisitar o que o próprio Umberto Eco chamou de arte pura. Um pedaço de papel, nascido de uma tempestade de aquarelas e esboços que te desafia a manter a sanidade. Extras em cores, diz o anúncio. Mas as verdadeiras cores estão na alma inquieta de Corto, no mar agitado de ideias que Pratt lançou na cara do mundo.

 

É mais do que uma live. É um ritual. Um convite para se perder nas ondas dessa obra atemporal que, 57 anos depois, ainda nos chama como o canto de uma sereia subversiva. Venha preparado. O mar não perdoa os fracos.

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